Loading...
Loading...
Loading...
Logo

Jéssica Burrinha

Me

About Me


Text text text

Naturalis Optio

Naturalis Optio, 2022, Terra e arame, 45cm x 90cm x 75cm, Terra compactada (Taipa)

Mais de quatro bilhões de toneladas de cimento são produzidas no Mundo inteiro, todos os dias, o que equivale a 8% das emissões de CO2. Além da fabricação do mesmo ser muito complexa, os impactos ambientais são desastrosos. É urgente encontrar outras alternativas mais sustentáveis e ecológicas para o nosso meio ambiente, que nos levem a questionar as nossas ações e preocupações ambientais e sociais. Naturalis optio é uma proposta para uma consciência real do que estamos a viver neste momento no nosso planeta, e que nos obriga a olhar para uma opção mais saudável e ecológica. Nas mãos de quem sabe a terra pode virar ouro.

Regenerar

Regenerar, 2021, Terra, pedras e planta viva, 30cm x 80cm, Terra compactada (Taipa)

A escultura regenerar surge numa época de incertezas, angústias e medos. Época em que o planeta Terra, foi forçado a parar pela atual pandemia mundial. Construir com terra revela-se muito importante numa altura em que os problemas ambientais causados pelas ações do homem têm levado à necessidade urgente de mudança e pensamentos e de modo de agir. Regenerar é trazer esperança num futuro incerto, é fazer-nos acreditar que do caos é possível reviver e dar uma nova existência à vida.

Sufoco I

Sufoco I, 2021, Terra e madeira, 60cm x 7cm x 40cm, Terra compactada (Taipa)

O impacto e as consequências do crescimento urbano desenfreado está a causar repercussões irreversíveis nos ecossistemas globais. Á medida que as áreas urbanas continuam a crescer aceleradamente, as áreas rurais estão a ser engolidas pelo betão, um dos grandes responsáveis pelas elevadas emissões de dióxido de carbono para a atmosfera terrestre. A impermeabilização dos solos, causada pelo aglomerado de casas que cobrem os terrenos férteis, está a sufocar a fertilidade da terra. Impedindo que as plantas cresçam e prejudicando os recursos naturais existentes.

Sufoco II

Sufoco II, 2021, Terra e madeira, 80cm x 7cm x 40cm, Terra compactada (Taipa)

O impacto e as consequências do crescimento urbano desenfreado está a causar repercussões irreversíveis nos ecossistemas globais. Á medida que as áreas urbanas continuam a crescer aceleradamente, as áreas rurais estão a ser engolidas pelo betão, um dos grandes responsáveis pelas elevadas emissões de dióxido de carbono para a atmosfera terrestre. A impermeabilização dos solos, causada pelo aglomerado de casas que cobrem os terrenos férteis, está a sufocar a fertilidade da terra. Impedindo que as plantas cresçam e prejudicando os recursos naturais existentes.

Cinética

Cinética, 2020, Terra, 50cm x 50cm x 8cm, Terra compactada

A vida no Barreiro era regulada pelas sirenes da CUF, às sete e cinquenta e cinco da manhã, toda agente tinha de estar na fábrica a trabalhar. Parecia uma cidade, dentro de uma vila. Havia uma imensidão de homens e mulheres, máquinas, barulho, pó. A violência da poluição química foi tanta que atravessou a história contemporânea do Barreiro e foram os trabalhadores que sofreram as maiores consequências. O ritmo acelerado das máquinas em movimento e as deslocações massivas dos trabalhadores deixaram uma marca profunda naquele que foi o maior aglomerado industrial do país. Uma história vincada, mas que, ainda assim, pode ser repensada em novos horizontes numa busca por um caminho mais ecológico, numa saída de emergência obrigatória.

Decadência

Decadência, 2019, Terra, cimento, cerâmica: fragmentos de loiça azul , 23cm x 23cm x 50cm, ≈ 20kg, Terra compactada

A vida no Barreiro era regulada pelas sirenes da CUF, às sete e cinquenta e cinco da manhã, toda agente tinha de estar na fábrica a trabalhar. Parecia uma cidade, dentro de uma vila. Havia uma imensidão de homens e mulheres, máquinas, barulho, pó. A violência da poluição química foi tanta que atravessou a história contemporânea do Barreiro e foram os trabalhadores que sofreram as maiores consequências. O ritmo acelerado das máquinas em movimento e as deslocações massivas dos trabalhadores deixaram uma marca profunda naquele que foi o maior aglomerado industrial do país. Uma história vincada, mas que, ainda assim, pode ser repensada em novos horizontes numa busca por um caminho mais ecológico, numa saída de emergência obrigatória.

Tão Longe

Tão Longe, 2019, Cerâmica, dimensão variável, Modelação

As cartas são as marcas que permanecem no tempo, que perduram deixando uma saudade e uma melancolia que não desaparece, apenas se desvanece. O que resta são os sentimentos deixados em cada letra escrita num papel amarelecido pelo tempo, que cheira a um passado distante. Voltar atrás, como se a memória dessas letras de uma tinta sem cor, se unissem em palavras e criassem memórias a preto e branco, que nos recordam a emoção de um tempo que não passou.

Terra Feita de Tempo

Terra feita de tempo, 2019, Terra, gesso, componentes eletrónicos, plásticos e moedas, ≈ 18cm x 80cm, Terra compactada

No nosso planeta Terra estão estratificados antepassados com milhões de anos e, antes deles, vestígios de eras sem homens e mesmo até sem seres vivos. Acumulados e conservados pelo tempo, estes vestígios revelam-se na disposição relativa das camadas mais ou menos espessas pelo desgaste lento das rochas que as compõem. A representação estratigráfica numa coluna geológica, revela-nos a época em que os humanos tomaram controle do planeta e começaram a interferir tanto na Natureza, que começaram a pôr em risco a própria sobrevivência da humanidade.

Despojamento

Despojamento, 2019, Terra e gesso, 36cm x 60cm x 106cm, ≈ 20kg, Terra compactada

Com a constante degradação e envelhecimento do Convento da Madre Deus da Verderena, as memórias e o passado do que foi outrora um Convento de Monges Arrábidos Franciscanos, acaba por ficar no esquecimento de quem o vê hoje em dia. O primeiro impacto que tive com o Convento foi quase o total abandono do restauro das suas paredes, tetos e estruturas que suportam este austero Convento. Sabemos que os materiais que eram utilizados por esta ordem de monges, deviam ser extremamente pobres, sem quaisquer elementos ornamentais, de modo a refletir a sua simplicidade e humildade perante a vida. Por isso mesmo, a sua resistência e durabilidade não era muita. O que eu quero mostrar com o meu trabalho é quase como um recordar um tempo em que haviam quintas cheias de vinhas, monges que viviam com o mínimo que tinham, despojados de tudo, uma vida da terra, simples e que na verdade essa maneira tão económica e precária de viver era a maneira mais pura na época.

In Materiae Veritas

In Materiae Veritas, 2019, Terra, cimento e madeira, 60cm x 40cm x 120cm, ≈ 25kg, parceria com Pedro Stattmiller, poeta e arquiteto.

É mais fácil ler uma pedra ou ler palavras? Em que língua fala hoje o Douro, e para quem? Estas e outras interrogações serviram de mote para a criação deste projeto a dois, que junta uma escultora do Barreiro com um jovem escritor do Porto. A língua junta-se ao fruto, o pé crava no solo, antecipando as vontades que se suspeita que o Homem sempre teve. Desde a Antiguidade Clássica, com a representação de Baco na Grécia e de Dionísio em Roma, que o vinho encarnou um papel principal na socialização entre homens e culturas. Com a expressão “In Vino Veritas”, o álcool sempre assumiu um certo significado de clarividência, levando o Homem a definir melhor quais os seus pensamentos e desejos ocultos. Esta procura pela exactidão da realidade tem uma relação muito próxima com o acto de criação artística. A depuração do objecto pede por vezes uma capacidade de sintetização que só com abstracção a conseguimos alcançar. Ao definir o conceito de beleza, Platão descreve-o como “o esplendor da verdade”. A “verdade”, como meta final do trabalho artístico, é algo bastante presente nos trabalhos de ambos os autores expostos. Para ser verdadeira, tem a arte o “doce paradoxo” de nunca poder ser feita por encomenda, mas, ao mesmo tempo, dificilmente existir sem encomendas que a patrocinem. Se não for fiel ao seu autor, de nada servirá. Porém, mesmo com o seu valor intrínseco, se não tiver público para a interpretar dificilmente mudará o mundo. No trabalho apresentado, a “terra” (matéria=materiae) tem um papel fundamental. Numa sociedade cada vez mais desligada do planeta, do toque e do nosso lado animal, urge o ditame para a verdade que a terra nos transmite. Esconde-se por entre rochas, areias, pó de cascalho, plantas, raízes e detritos que são pelo ser humano compactados. É a história estratificada, estática e silenciosa. Uma linha do tempo que foi esquecida, mas que hoje constitui aquilo que vemos, tocamos e sentimos. Compacta-se a história e toda a sua composição. Cada estrato simboliza um passado que foi construído e modificado pelo Homem. Até então, a Terra já existia bem antes de nós, pura e intacta. Mais do que aquilo que pisamos todos os dias, é onde nos semeamos quando julgamos partir. É a semente da vida. Afinal, quando foi a última vez que os nossos dedos dos pés tocaram em terra? Que se descalcem os preconceitos, e que nos lembremos de quem éramos antes de sermos o que somos. Compacta-se a história e toda a sua composição. Cada estrato simboliza um passado que foi construído e modificado pelo Homem. Até então, a Terra já existia bem antes de nós, pura e intacta. Mais do que aquilo que pisamos todos os dias, é onde nos semeamos quando julgamos partir. É a semente da vida. Afinal, quando foi a última vez que os nossos dedos dos pés tocaram em terra? Que se descalcem os preconceitos, e que nos lembremos de quem éramos antes de sermos o que somos.

Missão Cumprida

Missão Cumprida, 2019, Terra e cartas, 240cm x 70cm x 120cm, Terra compactada

A Terra é feita de tempo. Na terra escondem-se histórias estratificadas. Estática e silenciosa, a Terra guarda vestígios do que outrora foram momentos de grande angústia, desespero e dor. Cada extrato relata-nos uma linha do tempo que foi esquecida, mas que constitui o que perdurou, o que sabemos e o que ela nos conta. Todos os dias pelo humano é compactada. Todos os dias pelo humano é esculpida. Por entre a terra, rochas e detritos, existe a história de muitos homens que lutaram pela sua Pátria, arrancados das suas terras para o desconhecido, lutando por uma causa que ninguém lhes explicou e contra um inimigo cujas ofensas não compreendem. Por muitos anos tidas como perdidas nas lacunas do tempo, as cartas que se escreviam acabavam por ser censuradas, arquivadas ou muitas vezes perdidas nos campos de batalha. Assim como a esperança e a alegria de muitos homens que ali ficaram para a eternidade, restou a história que cada herói deixou por entre as linhas do tempo, muitos tentaram cumprir a missão, mas poucos trouxeram a missão cumprida. Hoje, fazem parte das memórias e história da nossa humanidade.

Identidade

Identidade, 2018, Terra, 100cm x 100cm x 100cm, Terra compactada

Terra de cheiros, de cores, de muitos e de tão poucos, que nos une e que nos afasta tantas vezes. Terras que têm vida. Coleto um pouco das várias terras portuguesas, terras essas que vêm da minha origem, da minha identidade, que me pertencem, de alguma forma me constituem. Uno a terra com a água, água que existia nas cisternas, essa que ajuda na sobrevivência do Homem e que nos liga uns aos outros. Dá-nos muito mais do que o Homem alguma vez poderá retribuir, podemos alimentar-nos e construir com ela e tudo isto é nos dado gratuitamente. A verdade é que todos os dias a pisamos e não temos tempo para pensar que aquela terra é que conta a nossa história. É necessário saber cuidar da nossa origem e do que somos constituidos, para que tenhamos alguma identidade.

Recomeço

Recomeço, 2018, Cimento, tijolo, madeira, arame e planta, 121cm x 30,5cm x 30,5cm, ≈ 10kg, Contrução, uma escultura única, quatro cubos individuais entre si

A Humanidade cada vez mais destrói aquilo que lhe é dado gratuitamente. A escultura Recomeço, é uma escultura que nos remete para a degradação e destruição do que o Homem construiu e deixou ao abandono. Algo começa a crescer no meio desse caos. A Natureza simplesmente cresce e adapta-se, mostrando que também é possível sobreviver à sujidade e destruição permanente. Recomeçar é entender que ainda existe esperança numa mudança no tempo e espaço onde vivemos hoje.

Sopro de vida

Sopro de vida, 2015-2016, Cerâmica, Faiança, 0,5cm x 6cm x 15cm, Modelação, Quantidade: 1120

A ideia de trazer do exterior para o interior, o vento que trás a vida, e a vida que começa a espalhar-se pelo palácio, foi o meu principal ponto de interesse. Na época do Marquês o Palácio estava completamente virado para o jardim, com todas as janelas viradas para este espaço puro, romântico e belo. À época havia um interesse muito grande em representar a Natureza e em interagir com ela. Trabalhei o vento (Zéfiro) conseguindo trazer para dentro do Palácio a Natureza (Flora) através de folhas que dão vida ao espaço, relacionando o interior e exterior e a história que era contada nos tetos da sala que eu escolhi. O mito de Zéfiro e Flora reflete o equilíbrio e a natureza. O vento suave leva o pólen das flores, fazendo com que fecunde e renasça outra vegetação.